Seja Bem Vindo - 29/11/2024 13:22

Competidor investiu UM REAL para conhecer o rodeio e se afastar da perigosa vida das favelas.

O peão de rodeio, como o nome mesmo diz: Peão, geralmente vem de uma propriedade rural, fazenda, da roça, de uma cidadezinha do interior onde se respira a ruralidade.

Não é uma regra, porém, as semelhanças em cada história, nos dá esse feedback, que a maioria dos competidores veem do campo, diferente de outros esportes, o rodeio tem uma ligação muito forte com esse ambiente rural.

Porém, não há regras para que seja sempre assim, ou melhor ainda, tudo aquilo que parece regra, tem sua exceção.

Diego Galdino, hoje com 29 anos de idade, nasceu em Várzea Paulista (SP), em uma favela. Filho de família simples, ele teve sua infância ao redor de tudo que uma favela oferece, de coisas boas, até coisas não muito legais.

E ali cresceu, viveu sua infância. Um amigo, Paulo “cadela”, arrumou em espaço onde cuidada de alguns cavalos, logo o local foi invadido por crianças que o rodeavam, entre eles, estavam Diego Galdino

“Além dos cavalos, tinha uns bezerros, e todos os garotos, viviam lá atrás deles, uns montavam, outros não, até me ajeitaram um bezerro, para montar e eu caí, o bezerro tinha o nome de “Comédia” e ali desisti, desse tipo de brincadeira” Lembra “Até que teve um bolão, para crianças, que custava UM REAL e o campeão ganhava um boné. Pode parecer comum para todos, mas um BONÉ para nós, que tínhamos uma vida simples era algo muito valioso, então me encorajei para montar novamente e fui campeão do bolão, torneio e ganhei o boné, ali, despertou em mim a vontade de querer ir atrás de montarias”

“Com o tempo, fui arrumando lugares para treinar, até conhecer o Charlie Brown, um salva-vidas, ele me apresentou para outras pessoas” lembra “Logo conseguimos um sítio em Cajamar para treinamento, e em seguida soube de um curso de montarias com Paulo Crimber”

Seu primeiro rodeio profissional foi em Itapevi, interior de São Paulo, onde foi quinto lugar, já na sua estreia

“Foi muito emocionante você conseguir estar no lugar onde você sempre lutou e já ir bem” Relembra “Lembro que após o curso foi me abrindo portas, para que eu, ir para outros rodeios e campeonatos, depois mudei para Mira Estrela, no interior de São Paulo.

“Ali no curso, muitos caminhos se abriram, era 2012 essa época, ingressei na PBR Brasil, onde fui campeão em Campo Alegre de Goiás” Lembra “Venci outros rodeios, disputei outros campeonatos, tive uma história nesse esporte, algo difícil de construir, e principalmente, fui para longe de todos os riscos que a favela poderia me oferecer”

“Daquelas crianças, que brincavam lá, alguns não estão mais vivos, outros presos, outros seguiram outros caminhos não muito legais” Explica “Então o rodeio além de toda adrenalina, viagens, amigos, me ajudou a trilhar um caminho longe de onde eu nasci e teria uma chance muito grande de não ter um futuro infeliz” 

“Sempre me inspirei em pessoas que tiveram uma boa trajetória como Paulo Crimber, Adriano Moares, Robson Palermo, entre outros caras, então ter o direito de ter um futuro pelo menos de luta, foi algo que acrescentou muito na minha vida” Finaliza

Além do título no Goiás, Diego foi campeão em Júlio Mesquita (SP), Tocos de Mogi (MG), Muzambinho (MG) e finalista em dezenas de rodeios.

 

 

Por Eugênio José – MTB: 67.231/SP

contato@eugeniojose.com.br

Foto: Arquivo Pessoal / divulgação / André Silva

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