Áudio e vídeo em um card que promete substituir o CD e o DVD
A startup DVFLIX acaba de chegar ao mercado causando um grande barulho. Com a proposta de, em um mesmo produto, permitir ao usuário ouvir músicas e assistir a vídeos no smartphone e em computadores, a ideia chega em um momento de franco crescimento do mercado de streaming – o Brasil está entre os dez maiores mercados globais e movimentou U$295,8 milhões em 2017, com crescimento de 17.9% em relação a 2016.
Mas esse crescimento esbarra em alguns fatores, como a necessidade de infraestrutura para conexão com a internet, e a questão econômica, onde grande parte dos brasileiros não possuem cartão de crédito. Além disso, um álbum ainda tem a força de um cartão de visitas no mercado da música, serve como gancho para o aparecimento do artista na mídia e aumenta a receita, principalmente dos novos nomes. “Trouxemos de volta para o cenário a possibilidade de vender e divulgar o trabalho dos artistas pelo meio físico. Queremos que as pessoas voltem a saber informações do CD, como a equipe técnica que participou do projeto”, conta o CEO da DVFLIX, Farley Arruda Cruz, que destaca a remuneração mais alta para quem produz o material. “Nossa via é de duas mãos. Não só a plataforma que ganha, mas o artista também”, dispara.
Na mira da DVFLIX está o mercado cristão, que tem alta demanda por produtos físicos para levar a viagens missionárias e shows. De acordo com a Associação de Empresas e Profissionais Evangélicos (Abrepe), a música gospel responde hoje por 20% do mercado fonográfico nacional. São R$2bilhões por ano movimentados em vendas de CD´s e DVD´s – produto que cresce 33% ao ano e vende 500 milhões de exemplares por meio de 4,5 mil cantores e bandas. “Sabemos que não apenas o gospel se beneficiará com a DVFLIX, já que o produto permite a gravação em cards de palestras, conferência e, em breve, e-books”, adianta o CEO.
Card DVFLIX
O card DVFLIX tem capacidade para 80 minutos de conteúdo, seja música, ou vídeo. Ele também permite a inserção de várias lâminas e fotos, letras e cifras das músicas, espaço para relacionamento com fãs e um sistema que evita a pirataria e o compartilhamento. Mas, a maior vantagem do produto certamente é a inteligência que ele oferece. Para baixar o conteúdo, o usuário precisa cadastrar um email válido. O sistema DVFLIX reconhece esse usuário e fornece informações dele para o artista. Dessa forma, é possível saber quantas pessoas acessaram o material, de onde são e seguir se relacionando com os fãs nos lançamentos seguintes. “Em uma plataforma digital, se a música estoura, na próxima divulgação o esforço precisa ser maior ou, no mínimo, igual. Na DVFLIX, o relacionamento continua. Basta enviar novos singles para quem já baixou o conteúdo”, conta Arruda.
A quantidade mínima para o pedido é de 200 cards, com valor de R$3,00 cada um. O artista define se ele vai distribuir ou vender. A DVFLIX se compromete a:
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Informar relatórios de uso, indicando os conteúdos mais acessados;
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Entregar relatórios de venda, indicando a quantidade de cards instalados;
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Enviar feedback diretamente dos seus clientes.
Como funciona
Ao adquirir o cartão do artista, é preciso baixar o aplicativo – já disponível em Android e IOS. Depois, basta acessar o site da DVFLIX, se cadastrar com login e senha e inserir o código que vem no verso do card. O arquivo é mais leve que o MP3 – celulares simples comportam a ferramenta tranquilamente – e não depende de ferramentas online, como Google, Adobe, entre outros.
Na próxima vez em que adquirir um cartão, o usuário já pode entrar direto no aplicativo e digitar o código. Também é possível fazer o download das músicas e vídeos, assim como acontece no Spotify.
O início de tudo
O empresário Farley Arruda trabalha há quase 20 anos no meio musical. Além de maestro, produziu e gravou diversos artistas. Com o passar dos anos, viu o mercado de CDs e DVDs diminuir, principalmente no segmento em que ele mais atua: o gospel. Numa viagem para os Estados Unidos, Arruda viu a enorme aceitação dos Gift Cards e decidiu investir em um produto capaz de devolver ao artista essa importante forma de divulgação e remuneração. “Quero que o cantor, ou o dono da obra, palestrante, escritor, tenha a remuneração pelo que ele fez. As plataformas, em geral, ganham muito, e o dono da obra fica com uma pequena parte”, avalia o empresário.
Para chegar a um modelo seguro e com facilidade de uso e armazenamento, Arruda levou quatro anos e investiu R$4 milhões. “Acredito na união do físico com o digital. Hoje o artista tem um meio de voltar a vender seu material”, finaliza.
Renata Rosa |